Plantas Nativas na Cidade – Repensar os Espaços Verdes Urbanos | Formação reuniu cerca de 48 participantes
No âmbito do projeto Plantas Nativas na Cidade – Repensar os Espaços Verdes Urbanos, financiado pelo Fundo Ambiental, e cujas entidades beneficiárias são a Universidade de Évora (líder) e a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (parceiro), decorreu no passado dia 16 de dezembro uma formação dedicada à promoção do uso de espécies nativas.
A formação, que aconteceu via plataforma Zoom, contou com cerca de 48 participantes, e abordou as seguintes temáticas:
- Introdução e apresentações
- Espécies nativas vs. espécies exóticas
- Recolha de sementes e produção de plantas nativas
- Projetar e desenhar com plantas nativas
- Instalação e implementação de projeto
- Gestão e manutenção desses espaços verdes
Está prevista uma segunda fase desta formação, que será presencial e prática. As sessões presenciais, face às restrições atuais, decorrerão apenas quando as condições de segurança estiverem asseguradas.
O projeto Plantas Nativas na Cidade – Repensar os Espaços Verdes Urbanos consiste na criação de espaços verdes urbanos, nos 14 concelhos do Alentejo Central, para fazerem face às alterações climáticas. Estes espaços verdes são compostos por plantas autóctones, adaptadas às condições ecológicas da região, e cuja rega será garantida pela acumulação da água da chuva.
A utilização de plantas nativas nos espaços verdes urbanos é atualmente reduzida e pontual, havendo uma dominância das espécies exóticas que resultam de uma clara preferência pelas mesmas, apesar dos frequentemente reconhecidos impactos negativos. Esta realidade deve-se principalmente à falta de sensibilização, quer de técnicos ligados ao setor, quer dos cidadãos em geral, falta de informação e formação técnica, e falta de procura, com consequente desinvestimento na oferta, de plantas nativas com valor ecológico e interesse paisagístico.
Neste enquadramento, pretende-se, justamente, atuar sobre estes problemas para incentivar a utilização, cada vez mais urgente no contexto das alterações climáticas, de plantas nativas em espaços verdes urbanos.
O projeto irá assim, contribuir para alcançar objetivos em matéria de conservação de valores e recursos naturais, melhoria da biodiversidade, restauro de habitats e valorização do território, através de múltiplos benefícios ambientais e económicos:
- melhoria e sistematização de informação sobre plantas nativas adequadas a espaços verdes urbanos, privilegiando espécies com interesse de conservação;
- melhoria de habitat e consequente promoção de biodiversidade associada, nomeadamente espécies com interesse de conservação quer de flora, quer de fauna (polinizadores e aves);
- aumento da resiliência e sustentabilidade dos espaços verdes, uma vez que as plantas nativas requerem menos cuidados, menor consumo de água e menor utilização de fitofármacos do que as espécies exóticas a nível europeu (transporte e distribuição entre diversos países e mercados);
- aumento dos serviços de ecossistemas associados à valorização ambiental destes espaços;
- promoção do crescimento económico, através da criação de novas oportunidades associadas à produção de plantas nativas e nichos de mercados especializados.
Desta forma, as áreas com plantas nativas tornar-se-ão mais resilientes às alterações climáticas.